Além da entrega de prémios do Prémio Nacional de Animação 2019 – cujo troféu é da autoria do ceramista caldense Vítor Reis – será exibido o filme “Das Gavetas Nascem Sons” de Vitor Hugo, seguido de uma performance, assim como a exibição de todos os filmes premiados nas três categorias do Prémio Nacional de Animação.
Data: 28 Out. | Hora: 21h30 | Local: Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha
CERIMÓNIA DE ABERTURA
FILME-CONCERTO
DIE ABENTEUER DES PRINZEN ACHMED / AS AVENTURAS DO PRÍNCIPE ACHMED DE LOTTE REINIGER
Composição Original: Filipe Raposo
Música: Filipe Raposo
Apresentação: Miguel Pires de Matos – Realizador, Programador e Produtor
Cópia do filme gentilmente cedida pelo Goethe-Institut Portugal.
“As Aventuras do Príncipe Achmed” (Alemanha, 1926, silhuetas – teatro de sombras chinesas), este filme quase que dispensa apresentações: é considerado como a primeira longa-metragem de animação oficial (por existir um registo físico) da história do cinema de animação. E, por se tratar de um teatro de sombras com recurso a silhuetas trata-se, simultaneamente, de um filme que fica para a história da marioneta. Este filme fala-nos acerca de uma história de amor, um amor quase impossível de acontecer, entre o Príncipe Achmed e a princesa Pari Banu em plena Córdova Califal. Baseia-se em obras fundamentais da cultura árabe, como por exemplo As Mil e Uma Noites.
O filme inicia-se a preto e branco e vai adquirindo várias tonalidades à medida que a narrativa avança e que este amor condenado vai sofrendo várias mutações e reunindo cada vez mais personagens à sua volta. Aí, o sublime acontece e concretizamos que, durante uma hora, testemunhamos não só um filme que merece ser visto pela sua história mas – e sobretudo – porque mais do que ser o primeiro trata-se de um dos mais belos filmes de sempre. A acompanhar um dos maiores pianistas portugueses, Filipe Raposo, que nos deu tamanha honra de apreciar a beleza histórica de um filme ouvindo a beleza contemporânea da sua música.
Filipe Raposo nasceu em Lisboa em 1979. É pianista, compositor e orquestrador. Iniciou os seus estudos pianísticos no Conservatório Nacional de Lisboa. Tem o mestrado em Piano Jazz Performance pelo Royal College of Music (Stockholm) e foi bolseiro da Royal Music Academy of Stockholm. É licenciado em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa.
Para além da música colabora regularmente como compositor e intérprete em Cinema e Teatro. Tem colaborações em concerto e em disco com alguns dos principais nomes da música portuguesa: Sérgio Godinho, José Mário Branco, Fausto, Vitorino, Janita Salomé, Amélia Muge, Camané, Carminho, Maria João. Enquanto orquestrador e pianista tem colaborado com inúmeras orquestras europeias: Sinfonieta de Lisboa, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Metropolitana, Orquestra Filarmonia da Beiras, Orquestra Clássica da Madeira, Orquestra do Sul, Thueringen Symphony Orchestra, St. Christopher Chamber Orchestra Vilnius, Accademia del Concerto String Ensemble, ToraTora Big Band, L.A. Big Band, KMH Jazz Orchestra. Participou na residência artística Raízes da Curiosidade (2014) – encontro entre 5 artistas e 5 neurocientistas na demanda pela compreensão do processo criativo (CCB e Fundação Champalimaud). Em 2013 participou na exposição Fashion Innovation 3 – Nobel Museum Stockholm – com a composição “I have in me all the dreams of the world” para o prémio Nobel da Física. Desde 2004 que colabora com a Cinemateca Portuguesa como pianista residente no acompanhamento de filmes mudos. A convite da Cinemateca Portuguesa compôs e gravou a banda sonora para as edições em DVD de dois filmes portugueses do Cinema Mudo, em 2017 foi lançado “Lisboa, Crónica Anedótica” de Leitão de Barros, tendo ganho uma Menção Honrosa no Festival Il Cinema Ritrovato em Bolonha, e em 2018 “O Táxi n.º9297” de Reinaldo Ferreira. Compôs as bandas sonoras para os filmes “O Gelo” (2016) e “Refrigerantes e Canções de Amor” (2016) ambos com realização de Luís Galvão Teles. “O Gelo” ganhou o Prémio de Melhor banda Sonora no Festival Caminhos Film Festival e o filme “Refrigerantes e Canções de Amor” ganhou o Prémio de Melhor Canção Original nos Prémios Sophia – Academia de Cinema. Tem desenvolvido, com o artista visual António Jorge Gonçalves, vários projectos – “4 Mãos”, “Qual é o som da tua cara?”, e no Teatro S. Luiz “O Telhado do Mundo” com a participação do escritor Ondjaki. Participou na exposição “Lisboa do Futuro” em 2018 com a vídeo-instalação criada em colaboração com António Jorge Gonçalves e Nuno Artur Silva.
Em teatro criou as bandas sonoras dos espectáculos “Quem tem medo de Virginia Woolf” (2012) encenado por Ana Luísa Guimarães numa produção do Teatro Nacional D. Maria II; “Ruínas” (2016) encenado por António Pires / Teatro Griot; “Banda Sonora” (2018) encenada por Ricardo Neves-Neves / Teatro do Elétrico, “Menina do Mar” (2018) encenado por Paula Diogo / CCB. Como pianista e em nome próprio, tem-se apresentado em vários festivais de Jazz europeus: (Festival de Jazz do S. Luiz, Festival Internacional Douro Jazz, CAOS – Fasching Jazz Club Stockholm, New Sound Made Jazz Fest. Stockholm, Vilnius Jazz Festival, International Festival of Jazz Piano – Prague).
Em nome próprio editou os discos: First Falls (2011) – Prémio artista revelação Fundação Amália; A Hundred Silent Ways (2013) – Disco a Solo; Inquiétude (2015); Rita Maria & Filipe Raposo Live in Oslo (2018) e ØCRE (2019) – disco a solo.